terça-feira, 18 de dezembro de 2007

escombros

ex-guerrilheiros agora
reconstroem o que destruiram.
escombros saem dos quatro cantos do mapa mundi.
alguns soterrados, silenciados pelo tempo, nada dizem.
pedaços carnudos de concreto e aço que formam um novo mundo.

generais e coronéis ordenam não sabem o quê.
soldadinhos fiéis aceitam tudo: obedecem.
dos escombros brotam ervas daninhas
( e algumas samambaias porque samambaia é praga )
um retrato na parede pedia paz.
um buraco na parede o fez cair.
e agora, ex-combatentes?
qual é o sabor da vitória se, a custo dela, nada recebestes senão escombros?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dor tão forte
que não esqueço
Que dói quando penso
que nunca esqueço.

Dores antigas e abandonadas
dores recentes latejantes
O holocausto, as bombas estadunidenses,
o solo rachado dos sertões,
que enchem bolsos de capital.

A dor que me faz dormir
é a mesma
dor que me acorda de madrugada
para pensar,
planejar, tentar esquecer.

Quem sabe ao amanhecer?
Um novo lindo dia me espera!
E não posso esperar sentado!

Salve o novo dia! O novo sol!
E as novas sombras também!