segunda-feira, 31 de maio de 2010

tocar a mais desejada daquela árvore


minhas voltas são poucas
idas são muito mais.

ficar perplexo com tantas voltas
ver tudo em dobro.

dobrar as mangas
e fazer de conta que são frutas,
colhê-las nos varais,
balançá-las como galhas lotadas de frutas maduras.

voltar ao começo
no topo da copa,
e esticar o braço,
esticar o máximo que puder e,
com a pontinha do dedo médio,
tocar a mais desejada daquela árvore.

felicidade!
subir e descer,
idas e voltas,
muitas vezes,
repetidas vezes,
incansáveis vezes,
coisas de criança.

__Não pulaaaaaaaaaaaa!!!

já era.

mais uma tentativa frustrada
de impedir minha queda
no banco de areia da obra ao lado.

frutas.
muitas frutas.
todas iguais,
umas menos,
outras mais,
mas, no fundo,
tudo manga:
parte de camisas,
parte de histórias.

sobre macas frias e personas também

Uma dor esquisita te pegou:
o que será?
perguntam as paredes.

corredores, planos de saúde, médicos, esquizofrênicos, avon.

horas e horas sobre o fio da agulha,
sobre macas frias e personas também.

ai meu Deus...
que foi que fiz?
de onde vem essas coisas?

aparecem pedras no caminho e querem cruzar meu caminho.
essas eu não quero não...

mesmo assim, segue a rotina:
emergência, hospital, exames, enfermeiras, máquinas de ressonância...
uma xérox do abdomem,
uma pecinha de metal fez mal:
a pombinha branca da paz.

enquanto isso,
insisto com meu Jisuiscristinho por você.

e Ele sabe o que é bom e, certamente,
cólica de rins é ruim.
Ele sabe disso.
e você,
bem,
e você
é uma pessoa boa.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

escondido atrás dos móveis de uma sala empoeirada

um signifacado todo diferente
toma-me esta palavra
que, antes, só imaginava.

sei bem que bastaram seus olhos
e tudo se explicava com a clareza
de uma boa paisagem.

sim.
existe isso!
e isso é você!
isso de sentir o que estava escrito!
o que abstrato vivia,
selado em situações, caminhos e pessoas!
guardado em porta retrato,
escondido atrás dos móveis de uma sala empoeirada.

apareçam meus fantasmas!
com suas caras amarradas
envoltas nestes sacos de açúcar!
adoçam por onde passam
e afastam baratas oportunistas!

rítmo.
no íntimo de minha bomba cardíaca,
rítmo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

feitos um para a outra

seus olhos sempre te revelam segredos.
sua boca sempre só pedem beijos.
e seus dentes
só querem sorrir
feito loucos,
feitos um para a outra.
porque "outro" volta a questão dos gêneros.

faça-me ser mente!


porta que se abre
no meio de um nada.

porta que se fecha
quando a gente passa.

olhos que nos miram
e nos deixam sem graça.

palavras instingantes
que nos fazem pensar,
pensar,
pensar...

penar de tanto pensar
e não chegar ao fio da meada,
e não puxar o cerne,
e não ver a essência,
e não entender
o X da questão.

ó, ciência!
dá-me razão!
faça-me ser mente!
não!
não me mente!
semente!
nasça então!
cresça
e transforme-se
em frondosa
árvore!

frutos?
os mais desconhecidos!
invente-me sabores!
tateie-me texturas!
ouça-me!
escute-me!
entenda-me!

dê-me de comer!
mate-me com minha sede!

vai.
vai que é cedo ainda
e o lixo não foi posto fora.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

pela luz e pela net

em volta há gente labutando
pelo pão e pela água,
pela luz e pela net.

agora, vê se não se mete!

que a água e o pão acabaram-se!

vasa frente fria que atrás vem gente

frente fria da argentina
veio do paraguai,
e para onde mais vai?
vai entrar na vias aéreas e as entorpecer,
vai me trazer gripes e coriza.

vasa frente fria que atrás vem gente.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

programa de índio não só para índios


programa de índio não só para índios,
mas pra qualquer cidadão brasileiro.

passear à noitinha
e depois de um pouco
passar numa unidade de saúde
encontrar-se com uma enfermeira
que confunde vacinação contra a febre aftosa
com vacinação contra a gripe suína.

vem uma agulhada rápida e profunda,
deixando-nos corcundas
sem saber se realmente
é H1N1.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

certos dias é melhor ficar em casa


certos dias é melhor ficar em casa.
dias em que a gente se corta até numa folha de papel,
na lâmina aguda e inofensiva de uma folha de papel.

mas, ficando em casa,
ainda assim é perigoso:
queimar-se na quina da panela quente,
ou encostar-se, de raspão, no tacho do ovo frito.

ai ai ai...
ainda tem as possibilidades
de meter a cabeça numa coisa qualquer
pendurada no alto de qualquer lugar.

fuga?

ahh...não tem pra onde correr!
e, mesmo assim, se correr,
é perigoso arrebentar a unha inquieta do dedão.
bem, mas, de qualquer modo,
vale a pena correr
estes riscos
pra
te
ver.

um tambor amarelo rolando

uma vontade doida,
uma discrição maluca,
uma ré louca,
um tambor amarelo rolando.
e tudo por conta do garçon.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

notícia de jornal: notícia fresquinha

"Dois ladrões lutaram com uma mulher, roubaram a bolsa dela, e policiais que assistiam à cena nada fizeram para ajudá-la. Foi tudo dentro de uma delegacia em Salto, interior de São Paulo.

A mulher, que não quis se identificar, foi até a delegacia registrar um boletim de ocorrência, porque o celular dela tinha sido clonado. Enquanto esperava, os bandidos chegaram.

O alvo dos ladrões era a bolsa da comerciante, que carregava R$ 13,5 mil. Ela havia sacado a quantia no banco horas antes.

“Entrou um rapaz alto, forte dizendo ‘eu quero a bolsa’. Ele puxou a bolsa de um lado, eu puxei do outro. Eu arremessei a bolsa por cima do balcão, que passou por cima das atendentes e caiu do lado de dentro. Ele subiu no balcão, pulou do lado de dentro, pegou a bolsa e eu pendurei nele”, conta a vítima.

Na luta com os bandidos, ela machucou o braço. “Como ele viu que não se livraria de mim de jeito nenhum, ele gritou para o comparsa dele: ‘atira nela’. Daí, eu soltei”, diz a mulher.

Segundo a vítima, dois escrivães que estavam na delegacia viram tudo e não fizeram nada. “O escrivão disse depois que não intercedeu porque achou que era uma briga de marido e mulher. Eu achei um absurdo”, afirma a vítima.

O delegado confirmou a história, mas não quis gravar entrevista. A bolsa foi encontrada jogada na rua sem o dinheiro. "

dentro de uma delegacia acontece de tudo.

até assaltos e roubos.

Brasil sil sil sil!!!

ingratidão.


meu rato de estimação roeu o pacote de arroz,
comeu um pedaço da goiabada e serviu-se de suco (em pó),
e, depois disso tudo, deixou-me, pasmem! cocô.

ingratidão.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

sombras que tocam o asfalto


flores que explodem no frio,
que fazem rósea uma cidade,
que tira-nos as dores da urbanidade.

sombras que tocam o asfalto,
que o colore de suavidade,
que transformam uma paisagem.

pairam no meio da massa asfáltica,
cercam de beleza o concreto frio,
margeiam-no feito um rio.

paineiras:
árvores, simplesmente?
flores e travesseiros pra gente.

e as flores que dormem ficam meio abertas


enfim, uma lua nova faz fogo no céu,
mesmo sabendo que o fogo não é seu.

e o chão da noite fica alvo...
mesmo sabendo que a alvura não é sua.

e as flores que dormem ficam meio abertas,
confundindo o brilho do sol e da lua,
com essa força que é só sua,
que emana de seu olhar com tamanha doçura.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

pronome possessivo feminino "minha"

minha vida,
minha alegria,
minha caminho.

minha terra,
minha mar,
minha ar.

minha história,
minha sonho,
minha doce.

minha casa,
minha lar,
minha amor.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

amor sem medida

amor sem medida
como ver tamanho?
forma? relevo? planos?

não se mede esse amor.
entre nós.
ainda não ineventaram uma fita métrica
ou trena qu pudesse nos explicar.

ah! coisas boas não se explicam!

brilhante


esse sonho cada vez mais real,
cada vez mais inebriante,
cada vez mais tudo
que sonho!
brilhante.

gostoso,
amor
que arde
e não
dói,
fogo
que queima
com ares
de plumas,
com frescor
de espumas,
com cheiros
suaves
e a leveza das
aves,
voando...
voando...
voando...
sinto me,
com você,
lindo sorriso
que me prende,
me atiça e
me deixa assim,
com esse ar
de preguiça
esperando
que
ar
volte,
mas,
que nunca me
solte.

que leve dona Vera Lúcia de Santanna Gomes


ahh dona procuradora...
quem procura, acha!
a justiça, será? te fez cega?
por que os maus tratos?
por que a tortura?
por que com uma criancinha?
por que tudo isso?
o que te faltou?

amor?

paz?

verdade?

ética?

filhos...?

teve homem?

teve nome?

teve uma casa?

ou melhor, um lar?

onde pudesse ser feliz um pouco?

de onde pudesse ter boas lembranças?

que loucura!
agora, esperam-te as grades.
por que foges?
por que temes?
por que, se conheces as leis?
as nossas leis?

uma coisinha de cada vez:

primeiro, uma história de solidão e amarguramentos,
uma profissão sonhada por muitos, um salário desejado por muitos...

segundo, uma criança inocente, empregadas e diaristas acuadas,
violência, tortura, desmotivos, sanatório, taras...

o que será feito de ti, oh fugitiva?
quem cantará aquela cançãozinha de ninar pra senhora?
quem pintará seus cabelos?
quem limpará seus óculos?
quem, coragem tiver, que vá!
quem com nomes brincar,
que leve dona Vera Lúcia de Santanna Gomes.

terça-feira, 4 de maio de 2010

flores que nunca murcham

espera de uma trégua.
homens e projetos se espremem uns contra os outros,
muitas fendas abertas, muitas ferpas desgarradas.

o plano da bomba persiste,
como persistem as bombas que já existiam
e que estão escondidas, e prontas.

projetos de auto-destruição:
como nos suicidarmos e suicidarmos tudo de uma vez só?
tudo passa pelo crivo da humanidade,
parte herói, parte covarde.

ahhh...cor verde...donde estás?
traga-nos uma esperança,
nem que seja daqueles bichinhos bunitinhos e verdinhos!
que menos voa e mais fica ali, parado, pensando, filosofando coisas...
nossa....quanta coisa não deve passar por aquela cabecinha verde?
dias melhores, noites também...

vem!
traga-nos novas ideias!
novos planos!
quem sabe, a bomba da vida?
vida que aparece em cada sorriso, em cada boa ação, em tudo que é bão.
uma bomba verde!
folhas e frutos!
canto de pássaros!
gargalhadas nos galhos!

verde!

um céu verde e azul.
onde as esperanças se confundem
nessa camuflagem bela,
nessa coisa de primavera,
sempre as flores por recompensa,
flores que nunca murcham...

um tapete mágico veio te trazendo


um tapete mágico veio te trazendo
como se viesse trazendo uma odalisca!
já disse:
__Me belisca!
que é bom sonhar que está voando,
melhor ainda, é cair em seus braços!

__Oba! não é sonho não!

o tapete foi-se.
rápido e rasteiro, como era de se esperar.

e agora, ventos e brisas levam suas longas madeixas castanhas do pará...
pare aqui e me leve contigo!
posso ir no tapete, nas asas ou flutuando mesmo,
mas, quero ir.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

ser mais e mais

como numa primeira vez,
recomeçar começando,
e fazer com que tudo seja novo.

dia após dia nesses encontros de vida,
conhecer coisas novas
e provar desses sabores ainda desconhecidos.

isso é lindo!

ser mais e mais,
parte desses dias de um mês!
viver por mês,
como,
por mês, paga-se as contas,
doa-se algo para uma instituição de caridade,
faz-se coisas que são, apenas , mensais...
gosto e amo, mais e mais e mais!

domingo, 2 de maio de 2010

e ri com uma lagrimazinha presa no canto direito do olho

um mês contando cada dia,
somando minutos e horas,
subtraindo os segundos,
escutando um coração bater,
cada dia mais...
cada dia mais feliz.

e ri de qualquer coisa,
e ri com uma lagrimazinha presa no canto direito do olho,
feliz.
sinto-me felicidade.
sinto-me assim,
meio sonho,
surpreso com essas coisas de Deus.

agradeço.
sempre agradeço porque sou gratidão.
por você existir e ser você,
esse modelo de existir que me ennnnnnnnnnncheeeeeeeeeeeeee
de orgulho....

explosão!

de amor, de tanta palavra, de tanta ação.
tonto tonto tonto!!!
mês que quero sorrir sempre
ao lembrar-me das 22h30min da noite de um dois do quatro de dois e dez.
números e letras,
tudo se mistura nessa sinfonia de histórias.

quero viver sempre
esse mês bonito,
esse sonho real,
isso tudo de você
que só você pode me dar,
que só você pode ser.
parabéns nesta data querida!
é a vida!
é nossa vida!

sábado, 1 de maio de 2010

brilha em sua poligamia

estrela morta
que vive pelo sol
estrela viva
que morre pelo sol,

sol, que é estrela,
brilha em sua poligamia,
fazendo luzes
em todas as direções,
e amando de igual modo,
faz luz nascer
onde não há,
e,
onde não podem ser.

brilhe!
simplesmente brilhe!
brilhe, apenas.