avenida brasil com rio grande do norte!

ocorrência de trânsito:

prossiga!
__apoio à cemig queda de poste,
avenida brasil com rio grande do norte!
obrigado e boa sorte!

lágrimas desceram o mar da saudade.

minha tia me visitou.
quase oito meses se passaram desde nosso último contato.
agora, nos vemos novamente.
uma conversa olhando nos olhos.
parei de falar e comecei a fitá-la.
ela continuou conversando o assunto bom.
e eu a abracei forte.
vi nela minha mãe natureza...
como são parecidas!
dentre todas da fraternidade
são as mais parecidas!
aquela emoção me invadiu feito um tsunami.
por pouco não chamei o lindo mome.
aperto no coração...
lágrimas desceram o mar da saudade.
silenciamos-nos.
não há nada mais para falar.
o abraço continuou.
sentir paz é bom,
saudade?
nem tanto.
obrigado minha tia cara de mãe natureza!
pedaço de um mundo que foi muito feliz
e que segue a vida como as águas de um rio:
vai indo...vai indo ao encontro do céu.

começou a briga na favela!

começou a briga na favela!
a dona do barraco arma a barraca e começa a gritaria.
a vizinhança corre para beira das paredes.
todos querem saber das últimas.

não...
nem as últimas e nem as primeiras!
barraco a gente não gosta não!
quer gritar??
vamos para um parque de diversões!
bem no meio da montanha russa!
assim nossos gritos não chamarão mais atenção que os adrenalínicos!
quer bater boca??
vamos pro programa da márcia!
chega!
não somos barraquentos ó mundo igual a todo mundo!
deixe de lado o seu raimundo!
deixe de lado a dona raimunda!

evite balas e outros doces.

evite balas e outros doces.
fuja de bolos e tortas calóricas muito.
caso não consiga fugir das tentações açucaradas,
ao menos pese tudo antes de comer!
tem uma balança te esperando antes e depois.
bom mesmo é comer com a consciência tranquila,
daí, é só de vez em quando.

eu te tudo mais nunca mais!!!

tudo mais nunca mais.

o que poderia significar?
tudo mais.
pode ser tudo, apenas.
nunca mais...
pode ser nunca mais mesmo.
mas não observei a pontuação,
afinal, apenas ouvi diversas vezes e em diversos contextos.

tudo, mais nunca? mais.
tudo mais, nunca mais.
tudo, mais nunca mais.
tudo mais, nunca, mais.
tudo? mais! nunca? mais!
tudo. nais? nunca...mais!
...,
...,
....

vamos ao dicionário:

tudo: 1. A totalidade do que existe; todas as coisas.
2. O que é essencial.

mais: advérbio
1. Em maior quantidade.
2. Em maior grau.
3. Outra vez.
4. Antes, melhor, preferentemente.
5. Além.
6. Ainda.
determinante e pronome indefinido
7. Maior quantidade.
substantivo masculino
8. O resto, o restante.
9. Maior quantidade ou maior quantia.
10. Outra coisa.
substantivo masculino plural
11. Os outros.

nunca:advérbio
1. Em tempo nenhum; nenhuma vez.
2. Não.

mais: advérbio
1. Em maior quantidade.
2. Em maior grau.
3. Outra vez.
4. Antes, melhor, preferentemente.
5. Além.
6. Ainda.
determinante e pronome indefinido
7. Maior quantidade.
substantivo masculino
8. O resto, o restante.
9. Maior quantidade ou maior quantia.
10. Outra coisa.
substantivo masculino plural
11. Os outros.

partindo das definições das palavras que compõem a frase que,
para mim, funciona como um "eu te amo",
tudo mais nunca mais é complexa e filosófica.
tudo é essencial,
mais é outra vez,
nunca é uma negação,
no contexto, traduzido como "nunca a ausência do tudo" e o último
mais expressa o que vai além do tudo.
tudo de bom!
eu te tudo mais nunca mais!!!

gostaria muito que confiassem mais em mim

moro bem acompanhado.
sempre que saio no quintal de casa
eles saem também: correndo.
aprontam um desespero sem noção.
param tudo que estão fazendo para fugir.
remexendo terra, comendo pétalas, brincando na grama.
param com tudo e saem correndo feito loucos.
já teve um que fingiu de morto.
foi quando peguei o regador e o mulecote estava em baixo.
fingiu tão bem que sai de perto e,
quando voltei, lá estava o poeta fingidor do mesmo jeito.
dei uma volta e ele já não estava,
milagrosamente, ressuscitou.
teve outro que correu e saiu derrapando na curva.
foi cômico.
noutra situação, não sei como, o cara ficou preso numa gaiola.
é.
tenho uma gaiola em casa, achei no lixo.
mas não tem passarinho preso não.
só a gaiola.
pretendo prender gente lá.

eles são espertos e adoram escalar paredes e outras coisas.
são parecidos com jacarés.
quando eu era pequeno,
jurava que eram filhotes de jacarés.
de qualquer modo, não entendo o medo e o desespero ao me ver.
sim! sim! sim! sou humano!
mas não tenho intenções maldosas com vocês não!
já vivemos juntos há quase dois anos!
já era pra gente ta chegados!
que nada...
é sempre a mesma coisa.
um simples movimento meu e lá se vão os tiros.

quando nos conhecemos existia apenas um.
hoje vejo sempre quatro ou cinco.
faço compostagem em casa e acho que eles gostam de tudo que vai pra lá.
cascas de frutas, casca de ovos, bagaço de laranja...
devem fazer uma canja!
gostaria muito que confiassem mais em mim
e que não aprontassem essa correria desrespeitosa comigo.
nunca fiz mal algum pra eles!
nem pretendo!
até arrumei algumas pedras de beira de rio pra eles se esticarem e tomar sol.

galera...

quero o bem de vocês!
parem com essa falta de educação e vamos conversar!
não precisamos viver um conto de fábulas,
para mim, basta um pouco de atenção
e compreensão pela minha condição de ser.

vamos viver em paz!

não os quero mortos e nem distantes!
vocês comem o mosquito da dengue e outras pragas!
vocês me fazem bem!
quero, apenas, amizade sincera.
é isso!
por favor, não saiam correndo mais...
podem ir andando mansamente.
não sou predador de calangos!!!

só respiramos em baixo d´agua.

uma água desceu do céu para encher nossas represas.
já podemos respirar.
só respiramos em baixo d´agua.
eu, por exemplo, não respiro sem água.
preciso entrar dentro
e me embriagar.
na verdade,
a água é
o meu
ar.

e um resto de salgadinhos de milho.

não foi ideia ruim não!
ir para uma festa estranha com gentes conhecidas!
era um suco de laranja azedo
e um resto de salgadinhos de milho.
uma conversa afiada sobre planejamento familiar
e uma matança de saudades.
que se repitam noutros fins de tardes!

__é....são providências da vida...

saímos para buscar doações.
no roteiro, três bairros
incluindo camas, colchões, tv e roupas.
fomos primeiro buscar as camas.
estava comigo o sr. carlos,
sofredor das ruas que chegou na casa santa gemma
com os pés em estado de decomposição
e o corpo inteiro com feridas abertas.
agora estava tudo bem
e já ajuda nas tarefas diárias.
encontramos o endereço, porém, parei alguns números antes
numa borracharia na mesma rua.
__vai na frente seu carlos e ache o endereço pra gente!
alguns minutos depois ele volta.
__chamou alguém?
__não...vou te esperar...
__vai adiantando lá, sô!
__beleza!
fui em seguida.
estava conversando com uma senhora.
__vocês tem que pegar duas camas, um colchão e um tapete!
__maravilha! muito obrigado!
__au au au au au!!
__quéta bob!
__num pega não, né?
__só late! mas esse vagabundo bate nos meus poodles!
__então é brabo!
__quero passar pra frente...quer levar??
__não...não...já temos muitos...
__jack, pega daqui!
__opa!
__pra onde vai levar? meu filho não falou...
__pra casa santa gemma! uma instituição que acolhe moradores de rua...
veja este senhor, o carlos, mora com a gente!
__nossa...vi ele passando na porta e pensei no meu irmão...parece com ele...e também chama carlos...
sofro demais com ele...já tem onze anos que vive nas ruas...triste...
__o nome dele é carlos reis??
__sim! sim!! meu Deus...!! até rrupiei agora! você conhece??
__ele ta acolhido com a gente!
__o quê?? sério?? meus Deus do céu!! até perdi a fome!!
__ta com a gente mas custou a aceitar o convite! estamos cuidando dos pés dele!
__é isso mesmo!! tem outros problemas, mas esse é o que tava mais complicado! procurei ele no natal e ano novo e nada!
__tem um mês que ta com a gente!
__meu pai do céu...nem acredito....! essa cama que vocês vão levar... era dele!
__que incrível providência...!
__aquele vagabundo não pode morrer! ele me deve! me deve a vida dele! tinha certeza que ele tava vivo!
eu xingo ele tudo! aquele desgraçado! quase morreu em araxá quando esteve numa UTI...ficou meses entre a vida e a morte...
quando voltou, passou por um lento processo de recuperação, ficou bom e voltou pras ruas...
__que coisa...
__pois é! quero vê ele! que dia posso ir??
__qualquer dia!
__vou domingo...aquele fdp...tô rrupiada até agora! credo!
__é....são providências da vida...
__tenho os documentos dele tudo aqui!
__pode me passar!
__não! fica tudo comigo! eu que resolvo os problemas dele!
__só os documentos médicos...
__levo domingo.
__tudo bem.
__que isso hem jack....que coisa estranha...
__é...coisas da vida!

não...não posso ser acusado de esmagador de dedos...

um, dois, três, quatro dedos.
um sinal como se fosse uma tesoura os cortando
e o indicador da outra mão me acusando.

histórico:

quando entramos num automóvel,
antes de mais nada, para entrar de fato,
abrimos as portas necessárias.
após este ato rotineiro o que fazemos?
isso!
fechamos as portas!
quando tenho crianças como passageiros
me atento antes de fechar a porta e advirto:
__cuidado com as mãos!!
quando são adultos, não me preocupo com isso.

eis que entrei no carro e fechei a porta.
nos bancos, apenas adultos.
__aiiiii!!
abro a porta novamente.
quatro dedos foram prensados rapidamente.
não...não posso ser acusado de esmagador de dedos...
menos mal que não doeu tanto porquê a vedação ajudou.
tome mais cuidado com seus dedinhos lindos e maravilhosos...

vem e por favor, me ensine a rezar o terço.

vem e por favor, me ensine a rezar o terço.
ajude-me a contar as aves marias!
primeiramente, contando nos dedos, depois,
nas contas de um terço!
sim! sim!
sei que mereço!
peço para Nossa Senhora passar à nossa frente
e arrumar logo a papelada da gente!
e em cada ave maria uma nova alegria!
talvez as pessoas não entendam...
mas o que importa é que sabemos de nossas motivações,
e quando pensamos nelas, nos alegramos!
com aquele ar de esperança que não se cansa!
agora vamos para as 10.000?

uma manada de cães veio nos recepcionar!

corrida no meio do cerrado,
sem apoio logístico, sem cuidados, sem água, sem nada.
uma maratona esquisita.
seguimos correndo em sol transtornante.
passa a nossa frente uma onça suçuarana.
meu Deus que medo...!
eu correndo desse jeito,
ela vai pensar que to com medo
e correr atrás de mim...
mas nada!
ela corria atrás de outra presa!
acho que era um veado.
não sou coelhinho, nem ratazana, nem veado!

do nada, me recordo dos cães da costureira...
éramos crianças e fomos todos juntos
na chácara da costureira.
a mãe e seus cinco filhos.
desespero!
mamãe abriu a porteira e entramos.
uma manada de cães veio nos recepcionar!
seria um enxame?
começaram a correr atrás da gente,
mas o engraçado é que corríamos em torno de nossa mãezinha,
fazíamos uma espécia de carrossel do terror.
finalmente, alguém gritou com os cães famintos,
que, virando lata, se mandaram com os rabinhos entre as pernas.
fomos salvos.

tudo bem para um suçuarana e um veado,
mas...uma leoa?
de onde vem isso?
de um zoo?
passou por nós também mas nem tchum.
menos mal.
mais uma vez,
não éramos prato principal.

do nada, vejo quem?
o belchior!
o cantor sumido!
proponho que ele faça um show beneficente,
com certeza, será um sucesso!
mas ele, com aquele bigodão na cara quadrada,
diz que não,
se vira pro lado e dorme feito um comensal.
este homem está fadado a não sei o quê!

é sono demais.
é sonho demais.
por isso não te ouvi, óh despertador!
seria o iminente fim de férias?
só pode...

o despertador está louco???

toca, treme, esperneia!
vira, pula, sapateia!
o despertador está louco???
não!
acorda dorminhoco!

faltam dois meses para quatro!

vivenciamos novos dias!
dias de intensas saudades
e sentimentos de despedidas!
mas...
as saudades permanecem
porque sentimos saudades mesmo ao lado.
isso é loucura??
não...
não é nada relacionado a hospícios...
é uma necessidade de estar ao lado e
ao mesmo tempo querer mais...
isso é loucura!!
não tem cura pois a cura seria a presença,
se há presença, não há loucura.
bom, partimos para mais uma data festiva.
comemoração ao badalar das 12 horas da meia noite.
e assim, iniciamos mais um mês.
agora, somado aos três anos,
faltam dois meses para quatro!
é puro agradecimento!
quanta belezura sua!
quantos carinhos violentos!
de tempo em tempo,
de vento em popa!
ahh!! eu aguento!
vale a alegria da minha existência!
e da sua!!
muito cuidado menina da lua!!