Mais tempo me pedem as chuvas
para que acostumem-se as flores
para que acomodem-se as terras
para que se sustentem os barracos
Mais um barranco despenca.
para a gente contar os soterrados
para gente salvar os inundados
para gente chorar os afogados
Mais um ano se passou
para tudo se repetir
para, diante dos olhos, reprisar
para urubus mobilizados cantarem
E quantas vezes mais?
quantas forem necessárias
para satisfazer os maldosos
para matar os desprotegidos
para, com lágrimas, acostumarmos.
domingo, 9 de março de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário