sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Deus nos uniu e o universo sorriu
em 28 de novembro de 2015
eu me casei com a minha água,
foi uma cerimônia linda
e repleta de boas companhias,
creio que mais de 1000
naquela bela noite,
cheia de sonhos e bons fluídos
no santuário diocesano de nossa senhora aparecida.
tivemos um atraso que não foi nossa culpa
e, por causa disso, acabei vendo a noiva antes
da entrada triunfal.
diga-se de passagem, caiu por terra o dito popular
de que ver a noiva antes da hora causa azar.
azar? azar que nada!
noivos:
recomendo que vejam a noiva,
divinamente adonada para o casamento,
antes da cerimônia!
isso dá é sorte!
estava próximo do altar aguardando
o casamento anterior acabar
quando decidi ir para porta da igreja,
no meio do caminho topei com aquela
lindeza, apertada, correndo para o banheiro.
nos cumprimentamos educadamente
e tentei fingir que não a via,
mas não teve jeito.
a primeira entrada triunfal dela
foi no banheiro minúsculo do templo.
com quase 1 hora de atraso,
a cerimônia religiosa começou.
muita música bonita,
muita emoção.
casar com a minha amada representou
uma grande vitória,
uma luta pela esperança
que esse dia chegasse.
depois do lindo momento, seguimos para festa!
nossa! merecíamos!
uma festa linda, com muita comida e bebida a vontade,
uma decoração esplêndida,
muita felicidade no ar!
e uma chuva às 4h30 da manhã,
pra brindar tudo.
depois da champagne,
logo veio nossa nova missão:
pai e mãe!
hoje celebramos nossos 5 anos de vida matrimonial,
com muita paz e realizações,
já somos 4!
a vida nos felicita todo dia
e as bênçãos do céu são como mimos.
a gratidão é tremenda
e o amor é daqueles que ardem no peito,
aquela vontade louca de existir
para a linda família que temos.
minha água, você, com sua beleza
e com esse dom de ser mãe,
a professora pela qual todos se apaixonam,
faz os dias dessa casinha dos fundos sempre felizes.
Deus nos uniu e o universo sorriu.
feliz bodas de madeira para nós!
domingo, 22 de novembro de 2020
chorei feito cachorrinho sem rumo!
eu estava em frente à minha antiga casa,
a casa da minha infância.
um canteiro com grama baixa era o nosso
campinho de futebol.
a gente se divertia todo dia,
numa corrida louca atrás da bola.
num dado momento, os brinquedos da minha
infância começaram a passar
por mim, eram arrastados numa espécie
de trenzinho.
cada brinquedo que passava eu suspirava:
pratinhos de plástico, muitos,
de vários formatos e tamanhos,
talheres descartáveis, alguns quebrados
e outros ainda embrulhados num guardanapo.
manguinhas e abacatinhos espetados com
palitos de fósforo e, por fim,
o mais querido:
um fusca branco, todo equipado e
com meu nome escrito nas laterais
e no teto.
jefferson.
a letra era bem infantil.
como passei toda a minha infância
numa casa dentro da área do aeroporto da cidade,
tinha acesso ao lixo, bastando, para isso,
apenas pular a cerca de arame que separava
o quintal da minha casa da área de segurança.
no lixo encontrava de tudo, e o que eu mais gostava
era dos restos de lanches do serviço de bordo
da varig, meu Deus, quanto luxo!
levava tudo pra casa, onde separava o que ainda poderia ser consumido do que
seria servido para nossas galinhas.
os pratinhos e talheres fazim a nossa diversão.
nossa casa tinha um quintal enorme, com 5 mangueiras
e 3 abacateiros, além de um pé de tamarindo.
as frutinhas que caiam com a ventania
a gente pegava e fazia bichinhos com elas,
criávamos nas nossas fazendas imaginárias.
pensa numa diversão garantida!
o fuscão foi presente de uma tia e chegou pelo correio,
ele era lindo! tinha bagageiro e grades de proteção na frente,
além de um estepe na parte traseira.
era o carro do fazendeiro.
éramos 8 irmãos,
sendo 5 homens e 3 mulheres.
brigas?
muitas!
mas as brincadeiras superavam as encrencas.
não me recordo quem escreveu o meu nome
no carrinho,
mas era questão de posse.
a casa era cedida para nossa família até
que meu pai se aposentasse no serviço
público, portanto, assim que saímos,
o imóvel ficou abandonado por anos,
depois, foi demolido,
por fim, todas as lindas árvores foram cortadas.
hoje existe um nada onde correu tanta história.
o tempo voa...
que lindo momento onírico!
essas coisas já estavam esquecidas na minha cabeça
e, de repente, voltam enquanto durmo.
chorei feito cachorrinho sem rumo!
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