quarta-feira, 24 de março de 2021

Que nossa oração alcance os céus

Temos esperança? Sim! A esperança não pode, jamais, ser perdida, por mais que, ao nosso lado, nossos familares, nossos amigos estão perdendo suas vidas. ___Onde está aquela senhora que atendia aqui? ___Morreu de covid. ___Não acredito!Todos os dias ela pesava os pães e nos desejava um ótimo dia. ___Aquele senhor que vendia frutas...onde está? ___Morreu de covid. ___Sempre estava ali, vendendo suas frutas da estação, e adorava nos presentear com uma fruta a mais... ___Nossa, adoro esse cantor! O que foi feito dele? ___Morreu de covid. ___As músicas lindas...Deixará saudades...como pode? ___Onde está trabalhando aquele dançarino animado? ___Morreu de covid. ___Ele era fantástico! Levantava o astral de todo mundo...tão saudável... ___Você tem alguma informação sobre aquela advogada? ___Morreu de covid. ___Uma pessoa de um sorriso lindo, que triste... ___Você tem alguma notícia daquela moça que cuidava de animais? ___Morreu de covid. ___Poxa, que hoje tenha um pouco de paz. ___Aquele médico pediatra ainda atende pelo SUS? ___Morreu de covid. ___Não acredito! Um cara sensacional... ___Você tem notícia daquela menina que vende roupas? ___Morreu de covid. ___Como pode?? Tão jovem! Não é possível! Já são 300.000 vítimas fatais no Brasil: idosos, adultos, jovens e até crianças. O Brasil não acreditou no vírus, mas o vírus não vê fronteiras, nem cor, nem classe social. Ele é voraz com a Direita, com a Esquerda e com o Centro. Vamos fazer respirar novamente a esperança, com um novo ministro na saúde federal, quem sabe, as coisas mudem? Infelizmente, as vidas que se foram não voltarão mais, agora, é manter uma unidade para que mais pessoas não nos faltem, que não sejamos, nós mesmos, mais um número nessa terrível estatística. Que nossa oração alcance os céus. O brio e a verdade morreram sufocados em alguma live semanal, mas a paciência...essa está escorrendo por entre as frestas dos hospitais, está nos olhos de quem cuida, está resistindo em mim, em você. A paciência inflama o nosso resto de esperança. Venceremos, apesar de Vossa Excelência, venceremos.

quarta-feira, 17 de março de 2021

feio mesmo é permanecer no erro.

As notícias que recebemos no dia a dia dessa terrível pandemia é de que o vírus não é seletivo, não observa cor da pele, partido, time disso ou daquilo, não está atrelado a uma ideologia em específico, nem faz distinção entre ricos ou pobres, jovens ou velhos, etc e tal, o vírus é pluri, é agro, é pop. Por mais que ele tenha se associado aos ricos e às viagens de turismo, coisa que não é costume do pobre, ele chegou avassalador na favela e hoje mata mais os pretos e pobres, pela falta de tudo que nós já estamos cansados de saber. Quando escuto que o deputado tal, autor da lei contra vacina em tal estado morreu de covid, ou que o senador tal, negacionista, morreu também, ou que o outro político, iminente no senado, está entubado, etc, não passa pela minha cabeça, em nenhum momento, condená-los pela postura adotada diante da pandemia. Diga-se de passagem, estes nobres senhores são aliados do presidente Bolsonaro, seguem a linha de raciocínio do líder que eles muito consideram, logo, não é justo culpá-los pelos seus próprios infortúnios. A culpa, escancarada, é de quem motivou o posicionamento diante da doença, é de quem fez disso um posicionamento oficial dentro do governo. Se não veste a camisa, que saia! Também não acho humano, nem adequado, condenar as outras pessoas que se contaminaram por não usar máscara, por se aglomerar, por festar, por desmerecer a vacinação, por divulgar fakes news, por falar mal deste ou daquele grupo etc. Estas pessoas também, em sua maciça maioria, seguiram cegamente os passos daquele que elas mesmas chamam de mito, daquele que é admirado, o líder autêntico que não tem travas na língua, que fala verdades (as dele), que defende a pátria (os EUA), a família (resta saber qual dentre as que ele teve), que assume os riscos (mesmo que, na prática, a culpa vai sendo repassada para os seus ministros), bem, estas pessoas não podem ser responsabilizadas por terem morrido de covid, ou mesmo, na melhor das hipótes, por terem ficado sequeladas pelo fato de desacreditarem no poder de uma coisinha que eles não viam, afinal, quase sempre, só acreditavam naquilo que viam, mesmo que a ciência provasse a existência do invisível. Estas pessoas foram levadas pela onda que seu líder admirável levantou, de negar a ciência, de negar a gravidade de uma gripezinha, a responsabilidade é dele: do mito. Quando vejo publicações que mostram pessoas que se vestiam de verde e amarelo, que tomavam cloroquina e cia, que eram contra o distanciamento social, contra qualquer medida sanitária, qualquer recomendação da OMS, que acreditavam piamente no vírus comunista, que exigiam o fim do STF, que imploravam por uma intervenção militar e que, por todas essas convicções, não se protegiam adequadamente e nem se motivavam com a vacina,e, quando estas publicações são algo do tipo: "viram? Não acreditava e nem se cuidava, morreu de covid", acho isso de uma maldade terrível com a alma dessa pessoa, com a honra, com a família que ficou. Eles também não podem ser culpados pelo fim que, infelizmente, alcançaram. Todos seguiram as orientações do presidente da República Federativa do Brasil, dele, o Exmo. Sr. Jair Messias Bolsonaro! Este sim, deve ser responsabilizado! Este deve pagar caro pelo crime em andamento nesse país: GE NO CÍ DI O! Se o mais alto representante político do Brasil tivesse se posicionado de maneira adequada desde o começo, deixando de fora o jogo político, o orgulho, o Trump, a falta de sensibilidade, a falta de diplomacia, sobretudo, com os chineses, morreria gente no país, mas não seria este número exagerado e crescente. Um sistema colapsado por falta de uma gestão nacional adequada, ao ponto de o STF ter que deixar os estados e municípios se virarem, afinal, do jeito que estava indo, ia ser assim mesmo. Uma nova postura a essa altura? Defesa da máscara, do distanciamento social, da ciência...? Dá pra ver que também é uma jogada política, mas, antes tarde do que nunca. A cada nova vítima fatal, os votos dessa família enlutada, certamente, jamais serão para esse presidente, pois, em meio a dor, terão certeza que a culpa veio de cima, da ponta do executivo, do verdadeiro ministro da saúde. Se você ainda acredita nesse PRESIDENTE GENOCIDA, vacine-se! Enquanto não chegar a sua vez na fila da vacina contra a COVID-19, tome um chá de reflexão, de acordamento, de realidade, de vida! Durma um sono do arrependimento, da sensatez e tenha coragem de assumir que, infelizmente: VOCÊ ERROU. e errou feio. Mas não é feio errar, feio mesmo é permanecer no erro.

Neste ano minha Mãe Natureza estaria comemorando seus 75 anos.

Por estes dias tenho tido muitos momentos oníricos que me levam, de maneira muito real, aos lugares onde eu brincava e ao encontro de algumas pessoas do meu passado. Voltei, por exemplo, ao Aeroporto de Uberlândia em 1983, lugar muito especial para mim e meus irmãos, era o local de trabalho do meu pai. Íamos brincar (e incomodar bastante) no saguão, na sala de espera, de embarque, no terraço, nos jardins, no balcão da lanchonete, onde pedíamos "coisas sobrando", e as queridas Neusa, Judith ou Rosa, às vezes o Elias, nos entregavam pedaços de pães, retalhos de presunto e muçarela, balinhas descascadas. Isso era uma festa! No saguão corríamos e futricávamos nos lixos em busca de qualquer coisa. Tinha quatro orelhões de onde ligávamos para polícia, 155 e 102. Quando nos cansávamos de dentro, íamos para o terraço curtir os pousos e decolagens, principalmente do Boing 737-200 da VARIG. Nossa...aquilo era um sonho! O cheiro de combustível da aviação até hoje está impregnado nas minhas narinas! E da minha irmã Dóris, que me fez recordar este momento de pura sinestesia. A gente subia nas gameleiras (algumas estão lá até hoje) e fazíamos bolinhas com aquele leite que emborrachava, ahhh isso era divertido! Terrível mesmo era quando os mecânicos do ABC Táxi Aéreo testavam os motores em manutenção, aí era tenso! Nossa casa ficava aos fundos do hangar, não dava pra ouvir nada, só o zunido dos motores. Caras maneiros como o Amorim, o Zé Pretim, o Nilsim, o Astorga, o Silveirão, o Pedrão, entre tantos, eram os responsáveis pela barulheira. Tudo gente boa! Mantinhamos um bom relacionamneto com os fiscais do pátio, Pedrinho, Gláciton, Jerônimo... eles deixavam a gente invadir a área dos latões de lixo, mas quando um de nós ameaçava ir pro rumo das aeronaves, logo apitavam. Dos militares da Aeronáutica que, na época, controlavam a torre e faziam as fiscalizações devidas para o Departamento de Aviação Civil, me recordo bem das figuras dos Cabos Nelson e Wilson, que eram os motoristas que levavam os filhos dos funcionários do aeroporto para escola. O Nelson tinha um pomo de Adão muito engraçado e o Wilson era gago de tudo. Um cara que sempre botava a gente pra correr era o Sr. Peregrino, ele era aliado do meu pai. Sempre com um guarda-chuva a tiracolo, coisa que nos metia medo. Meu pai fazia trabalhos externos, geralmente, ao lado ou na cabeceira da pista, era um serviço pesado. Quase sempre eu levava o café e a água pra ele, quando o pessoal da fiscalização me via com a garrafa, não me impediam de ir, pois sabiam que era pro meu pai, que estava garrado no enxadão debaixo do sol. Coisa boa mesmo era os comes e bebes do serviço de bordo! tudo era dispensado nos tambores do pátio do aeroporto. A gente pulava a cerca da nossa casa e ia pegar tudo! Sobras abertas e algumas lacradas. Comíamos ali mesmo e levava um pouco pra dividir em casa. Na sala de embarque a gente passava rapidinho só porque era proibido. Na estacionamento sempre ficava um dos irmãos vigiando carros para ganhar algum trocado. Quem mais ganhava era eu ou o Kebim, os melhores flanelinhas da área! No quintal da nossa casa tinha muitas árvores frutíferas e a gente colhia as frutas pra vender para os taxistas e funcionários do aeroporto. Muitas vezes fazíamos permuta por doces. O Pinheiro, com seu passat iraquiano todo amassado, era o único taxista que não comprava nada, era pão duro. Me lembro que o carro tinha um amassadão, todo enferrujado, que cobria o lado direito inteirinho! Era horrível! Em compensação, o Carioca, o Bug, o Fafu, o Baixim e o Mala Véia, sempre davam aquela força. Creio que o Mala Véia, às vezes, passava a gente pra trás, mas deixa quieto. Meu pai não gostava que a gente ficasse zonzando pelo aeroporto, tinha muitas reclamações contra a nossa inocência. Mas...a gente não tinha outra opção, no máximo, invadir a área de cerrado em torno da pista para caçar algumas gabirobas e pitangas. Aí era outro problema! Ou então... O nosso campinho de futebol era uma loucura! era o jardim do aeroporto, todo gramado, uma delícia pra brincar! Ali nos reuníamos com os outros garotos, filhos dos militares que trabalhavam no aeroporto. Tinha o Mark, filhos do Sgt. Humberto e da Dona Maria, o William Cabeção e seu irmão Elias, filhos do Sgt. Willian e da Dona Margarida, o Clécio Peidorreiro, filho do...vixi! Esqueci o nome do pai dele...da mãe eu me lembro, Dona Tânia, que me chamou de vileno depois que eu quebrei o braço do gordinho dela, o Rodrigo e seu irmão Juninho, filhos do Sgt. Sousa Neto, o outro Rodrigo e seu irmão Eduardo (que era afeminado e muito engraçado!), filhos do Sgt. Assad. Era só muleque fineza! A gente montava os times e brincava muuuito! Me lembro que, na casa do Mark, foi onde eu e meus irmãos experimentamos, pela primeira vez: gelatina, toddy, leite ninho e yogurte. Caaaaraaa... eu com meus sete anos comendo aquelas coisas maravilhosas... Era incrível! Lá também a gente jogava River Raid e assistíamos filmes pelo vídeocassete. Na minha casa não tinha sobremesa, nem esses luxos de toddy e danone! Nem tão pouco um Atari ou vídeocassete! Obrigado Dona Maria! Outro cara gente boa era o Seu Otávio, um velhinho boa praça que trabalhava, não sei em qual setor do aeroporto, mas sei que ele tinha um ford Belina e quando ia pra qualquer lugar e nos via na rua, chamava a gente pra ir junto. Nem precisava avisar nossos pais, a gente já passava o dia sumido mesmo. Era divertido andar de carro no porta malas fazendo algazarra! Ele ia, resolvia os corres dele na cidade e voltava. Às vezes comprava balinhas pra gente. Era muito divertido! Bom, nessa época meu pai era alcóolatra e quase todo salário sustentava pinga e cigarro. Faltavam as coisas em casa, não raro, flagrava minha mãe chorando, sem saber o que faria pra gente comer. Às vezes ela saía pedindo alguma coisa na vizinhança, quase sempre voltava de mãos vazias por que os vizinhos só compravam o "suficiente" para o mês. Então ela ia pedir nas grandes cerealistas que ficavam no Bairro Tibery, e eu ia junto. Voltávamos para casa com feijão bandinha e arroz quebradinho. Já era o suficiente. Ela era uma guerreira! Quando colhíamos abacates, ela colocava tudo numa caixa e, levando sobre a cabeça, trocava por mercadorias nas mercearias do Bairro Custódio, principalmente na Mercearia do Wilson, onde, inclusive, tive meu primeiro emprego oficial em 1985, estava com 10 anos. Minha mãe levava leite, farinha de trigo e outras coisas, bem pouco pelo peso dos abacates. Ela fritava os famosos bolinhos, que era o nosso café da manhã e da tarde. Delícia! Meu pai abandonou a cachaça em 1987, depois de ir preso por violência doméstica. É...muitas vezes apanhamos de cinto, chutes, pedaço de pau, galhos... a gente morria de medo do pai. Minha mãe, muitas vezes, apanhou em nosso lugar. Não me sai da memória um dia em que eu estava doente, deitado no sofá, queimando de febre e meu pai mandou eu sair, mas eu estava sem forças e desanimado. Então ele tirou o cinto pra me acertar. Minha mãe viu a cena e se pôs na minha frente, meu pai mandou ela sair mas ela disse que não, que eu estava muito doente. Então ele disse que bateria nela e bateu mesmo, depois saiu de casa. Momentos tristes assim eram recorrentes. O cigarro ele deixou em 1999, depois de sofrer um infarto quase fatal. Hoje ele é uma outra pessoa, bem diferente do nosso tempo de infância. Neste ano minha Mãe Natureza estaria comemorando seus 75 anos. Ela nasceu em 16 de março de 1946.Era isso. Os momentos oníricos me fazem relembrar tantas coisas boas que passamos ao lado dessa mulher maravilhosa, que nos fez homens e mulheres honestos e dígnos, são oito filhos, todos muito bem encaminhados. Os filhos da Dona Benvinda! Os Fabricinhos! Pelo nosso passado, poderíamos ter seguido caminhos tortuosos, mas ela nos inspirava. De onde estiver minha Mãe Natureza, ouça o meu "eu te amo" para sempre, o nosso "nós te amamos". Didi, Jandim, Kebim, Jefin, Nandin, Dorinha, Francinha e Isaurinha mandam beijos e abraços! Uma saudade que, só se alivia, pela certeza do céu, pela certeza de uma missão muito bem cumprida na face da Terra.

terça-feira, 16 de março de 2021

___Peraí! Queremos uma intervenção militar com Bolsonaro no poder!

O genocídio em andamento é, praticamente, uma política pública. Não tem como negar que a condução dessa pandemia no Brasil foi determinante para o genocídio que todos nós estamos presenciando. A troca no Ministério da Saúde poderia até nos dar algum alento, mas como ter alguma esperança com essa gente que não se cansa de nos envergonhar? Maltratar? Abandonar? Menosprezar? O novo ministro, Marcelo Queiroga já deixou bem claro o "manda quem pode, obedece quem tem juízo", o mesmo roteiro que foi o pesadelo do Pazuello. O que nos resta? Uma intervenção militar como foi pedido por um grupo de bolsonaristas no último domingo? Fizeram buzinaço em porta de hospital, cantaram o hino nacional em frente aos quartéis. E depois disso tudo? Lambuzaram-se em leite condensado! Ora, que vergonha alheia! Estamos diante de um governo feito com puxadinhos para generais e capitães e estão quase nos afundando! Não espere mais que um soldadinho de lembrança dessa passagem desastrosa dos militares da alta cúpula pelo governo federal! ___Peraí! Queremos uma intervenção militar com Bolsonaro no poder! ___Quê?? Se é pra mudar, tem que mudar o mal pela raiz meus caros! As coisas já estavam péssimas antes da pandemia e durante só estão piorando. Um despreparo terrível diante do vírus, um show de erros que tem levado, diariamente, centenas de brasileiros ao seu último suspiro. Aí o vereador carioca que fica mais em Brasília, Carlos Bolsonaro, quer processar um youtuber por uma suposta ofensa ao pai presidente. Uma ofensa extremamente verdadeira e sincera, sem nenhum pingo de novidade, nada de novo. Perca de tempo! Faço votos para que, em 2022, no papel ou no eletrônico, cortemos o mal completamente. Sem reeleição, sem sucessão, mas com muitos processos nas costas, principalmente, o mais grave deles: genocídio.

domingo, 7 de março de 2021

Das leis draconianas para morte carinhosa

Assim morreu Drácon: 'Segundo é relatado na Suda (uma espécie de enciclopédia primitiva) supostamente morreu em 620 a.C. por excesso de carinho. Durante uma visita a um teatro da Ilha de Egina, no litoral da Grécia, foi recebido por seus apoiadores com uma revoada de chapéus, capas e outros itens de vestimenta – uma típica demonstração de respeito, equivalente a uma prolongada salva de palmas. Foi tanto tecido que ele não conseguiu se desvencilhar e morreu sufocado'. isso foi retirado da wikipédia. Das leis draconianas para morte carinhosa. Existem formas bonitas de se morrer e esta seria uma delas, a turma pular o cercadinho e fazer um montinho entre beijos, abraços, lambidas, puxadas de saco e mordidinhas sufocantes. Como punir uma demonstração de carinho extremo que culminasse com a morte culposa do ser amado? Salve-se quem puder!