quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

não vejo mais pela janela dos pés


não vejo mais pela janela dos pés
os nós que fechavam as passagens.
apesar da insistência, a chave continua
rodando sem pensar em parar.

as janelas sucumbem ao pisar mais embrutecido.
as cortinas cerram
a serra atrás do cerrado.
árvores tortas,
peles ressecadas,
marcas de um tempo enlouquecido.

um mar de vento vem
trazendo consigo árvores e animais silvestres.
um funil descido do céu
faz tornar em
tornado
a doçura
lacerante.
janelas me calam.
vi com os olhos terrestres
as coisas mais férteis
que a imaginação
poderia fazer brotar.
uma nascente
de água doce.


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