quinta-feira, 27 de outubro de 2011

abacaxis e paradas.


uma estrada em obras
e muitos homens trabalhando
nas sombras das escassas árvores
à beira dos canteiros.

um carro um ponto zero
em polvorosa:
corre! corre! corre!
eram 07h50;
era 08h00.
e corre! corre! corre!
um homem grande
se espremendo na frente,
dois homens que não davam
o homem grande da frente.
sai da frente!

calor!
luz vermelha!
alerta!
pifa.

beira de via
de onde víamos
as porteiras da cidade.

socorro!

vem e nos arrasta.
palestra e conforto
e, no motor, sufoco.

vocês vão e o carro fica.
carona pra ir embora.
suspense de uma semana.
e as facadas começam:
juntas queimadas,
cabeçote trincado,
e promessa é dívida.

enquanto isso
a professora atrasa
e as caronas se esquecem.

uma semana e pouco depois
volto à cidade.
era de manhãzinha
volto a tarde.

notas e choros.
desconto,
me apronto
do mesmo jeito
e vou-me
embora
pra minha
jerusalém
celeste.

na volta,
abacaxis e paradas.
fumaça??
e paro.
mais um pouco...
e paro.
água!
mais água!
nossaaa...
que saudades da minha!

mais um reboque
até outra oficina.
que sina...

mangueiras,
ponteiros,
dinheiros perdidos...
certos!
sujeira geral.
dia seguinte,
água e perfumes!
as coisas voltam
como de costumes!
como antes era, normal.

oficinas?
sinas?
estrada
mal acabada?
que nada!
eu quero é viajar
com a minha amada!

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