sexta-feira, 2 de novembro de 2012

os plugs das tomadas.

me encanta passar assim
uma tarde inteira sem fim.
um filme de começo e meio.
um sofá sem pés,
um pão com centeio.

e a boca pode falar!
e pode muito mais!
és curada!
tarde, dia, madrugada!
não tem nada mais feio!

estância branca:
um lugar ao sol dos buritis,
flores multicoloridas,
e nos olhares, vidas!
passa o relógio sem graça
com seu tic tac esquecido.

bagunça generalizada...
é hora de dar uma arrumada.
ajeito os cabelos tortos
sem olhar no espelho,
puxo a barra da calça
e saio sem retirar
os plugs das tomadas.
agora, cara amarrada
que o sol se põe atrás do cerrado
e o certo vira errado,
e o relógio é uma hora atrasado.

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