domingo, 30 de agosto de 2020

alta e magrela, porém, feliz


quando chegamos ela já estava lá,
alta e magrela, porém, feliz.
aos seus dias somavam-se pardais,
maritacas, bem-te-vis, canarinhos, pombas,
pássaros pretos, juritis e outros bichinhos
voadores não identificados.

folhas e cocozinhos roxos aos montes no chão,
aquela sujeira natural de onde brota vida.
__tem que cortar!
__não, de jeeeeito nenhum!
__ahhh eu que não vou ficar limpando essa sujeira!
eu sempre fui apaixonado pelas árvores,
de qualquer tamanho e cores,
não iria abandonar uma amoreira,
mesmo que fosse magrela e alta,
com seus galhinhos finos
mas cheio de frutos.
não...não vou deixar que cortem.
__não se preocupem! vou manter tudo sempre limpo!
__ahhh vai....
desde então, limpo o chão
várias vezes ao dia,
garanto sombra e a visita dos passarinhos,
além de amoras pra quem quiser.

me lembro a história contada por um amigo:
ele plantou uma árvore na porta da casa dele
e a menina era daquelas de grande porte,
logo, estava servindo sombra fresca pra quem se achegasse,
principalmente, motoristas que estacionavam seus carros ali.
copa grande, muitas folhas caídas.
o vizinho foi reclamar daquelas folhas todas no chão
mas ouviu dele a seguinte resposta:
__engraçado, quando você estaciona o seu carro na sombra
você não reclama né?
ponto final.

os efeitos colaterais existem,
mas eu prefiro essa natureza toda.




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