sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

pássaroágua

certos lugares
parecem ficar
pra sempre
rondando
nossos
ares.

imagens,
cheiros,
formas,
saudades...
todas as coisas
batidas
no multiprocessador
que processa tudo,
menos a dor
de uma
saudade.

risos,
riscos,
rabiscos,
incoerências
e extravagâncias,
aventuras e medos,
adrenalinas e outros hormônios mais...

atrás da cachoeira existe uma história
de aves de hábitos noturnos
que dormem durante o dia,
de pedras que pararam de reagir às intempéries,
de águas que não param nem para respirar e,
muitas, evaporam antes de tocar a superfície: vão voar.

águas que pensam serem pássaros,
nuvens que pensam ser algodão,
que sonham com dias diferentes todos os dias do calendário
inventado pelo homem.

foi um otário?

não.

foi um homem.

tá marcado na folhinha
o dia da visita àquela paisagem:
dia que não me lembro bem mas me lembro,
pois minha memória é boa.
ficaram, apenas,
as penas do pássaroágua..............................

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