terça-feira, 28 de maio de 2013

a madrugada chega no hospital.


a madrugada chega no hospital.
frio.
faz um frio dobrado.
o cheiro característico emana de qualquer canto.
o som dos aparelhos quase me fazem dormir.
o barulhinho do oxigênio parece uma cachoeira.
por um breve momento, fecho os meus olhos e imagino um lugar melhor.
um riacho corta rente levando folhas e peixinhos,
árvores e sol, sombra agradável.
perfume de flores silvestres,
minha mãe faz uma cantiga de ninar,
cantoria de pássaros.
que lugar lindo lugar!
uma enfermeira me empurra.
__medicação!
o tratamento ríspido da rede pública me tira o brilho dos sonhos.
um paciente geme de dores.
dois, três, quatro...outros tantos que dormem nos corredores.
de vez em quando um grito sussurrado.
batem macas, batem palmas, gritaria: um louco fugido da psiquiatria.
meu Deus meu Deus!! traga-me logo um novo dia!

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