quinta-feira, 30 de maio de 2013

muros caídos,tetos, fachadas, penteados desfeitos.


chove vento.
chove pedra.
chove árvore.
chove canivete.

chove água em todos os estados:
minas, goiás e bahia.
na paraíba não.

chove no trabalhador,
no pivete e na piriguete.
chove no são e no pileque.

chove água.
muitíssima água.
mas não é em março,
é meio maio, meio junho...
é pra apagar as fogueiras?
nunca vi!
quanta água fora de época!
sempre necessária,
mas vieram todas em uma tarde!
e leva lama, carros e asfalto.
leva tudo!
árvores despencam,
pessoas arrastadas,
raios e trovões loucos.
meu pai do céu! alarde!

muros caídos,tetos, fachadas, penteados desfeitos.
assustadora força da natureza!
culpa?
é nossa!
de nossas autoridades!
dos homens covardes
que decepam os verdes!

o córrego são pedro volta às origens.
basta uma rodada de água do céu
mais forte pra ele tentar a sorte,
sai sorridente de sua galeria infestada de ratos
e vai tomar sol.
é um banho de sol.
é assim desde 1981.
em 1986 ele fez seu primeiro grande passeio.
e assim vai.
milhões de reais são investidos em novas galerias,
em novas pistas, em mais e mais luxos,
mas o são pedro quer apenas voltar às suas origens.
quer fazer como o cheonggyecheon,
que sempre manda boas novas.

cadê o sr. rondon pacheco?
ilustre filho da capital do triângulo,
homem idealista e ainda vivo?
sr. rondon, dê a dica do que é bom pro nosso bem:
devolvam-nos o córrego são pedro!
que a natureza nos devolverá a calmaria.
dona calmaria é refém.

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