domingo, 19 de abril de 2015

chegar do outro lado é um milagre.


a fuga começa por terra.
travessias perigosas em zonas de conflitos.
fuga.
a morte ronda o tempo todo.
podem ser os sanguinários do estado islâmico,
podem ser os da tribo x ou y,
podem ser os combatentes do governo
ou mesmo os caças da otan.
tudo é morte.
mas...
vão tentar a sorte.
atravessam fronteiras
e desertos,
saem, muitas vezes,
sem rumo certo.
querem, apenas,
mais uma chance de vida, de paz.

do norte da áfrica partem de navio
numa aventura incerta
para se chegar à europa.
navios e barcos tem uma característica certeira:
a superlotação.
é gente de tribos diferentes,
é gente de países distantes,
é gente que deseja, no fundo,
apenas ser gente.
mas, no fundo... lá no fundo do mar,
muitos ficarão para sempre.
os naufrágios são constantes
e esse povo sedento por esperança
se afoga.
uma a uma as embarcações repetem a mesma sina:
partir para nunca mais voltar.
o mediterrâneo se torna o destino final de muitas pessoas
que querem se refugiar num lugar melhor,
onde, ao menos poderão ter uma refeição
e um canto qualquer para descansar.

"A maioria desses imigrantes vem da África subsaariana,
de países como Eritreia, Somália, Etiópia, mas também do Sudão,
Mali e Gana, além de refugiados de países árabes em conflito."

quantas histórias...
é preciso uma ação eficaz para salvar esse povo.
onde estão as autoridades??
se fazem de cegos?
cadê o greenpeace?
__greenpeace é só do meio ambiente...
cadê qualquer coisas?
por que se fazem de cegos?
__ah! são todos negros... que morram!
__ah! são do oriente médio... serão todos terroristas aqui!
a repulsa natural dos civilizados é de cunho colonial...
é o som da metrópole para a dança dos explorados.

"O naufrágio de um barco de emigrantes ao largo da costa da Líbia deixou cerca de 700 desaparecidos neste domingo (19/04/15), em um acidente que surge como "a pior tragédia" ocorrida no Mediterrâneo, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Os últimos números oficiais do naufrágio apontam 24 mortos e 28 sobreviventes, informou a Guarda Costeira italiana, que coordena as operações de resgate.
Segundo um dos sobreviventes, ouvido pelas autoridades de Catânia (Sicília), o barco transportava cerca de 950 pessoas, incluindo 50 crianças e 200 mulheres.
O navio afundou a cerca de 130 km da costa líbia e de acordo com outros sobreviventes, carregava mais de 700 pessoas, revelou Carlotta Sami, porta-voz do Acnur na Itália, à rede de televisão italiana Rainews24.
Se estes números forem confirmados, será "a pior tragédia jamais vista no Mediterrâneo", afirmou a porta-voz.
Equipes de resgate italianas não confirmaram que havia 700 pessoas a bordo, mas indicaram que a embarcação, de 20 metros de comprimento, tinha "capacidade para transportar várias centenas de pessoas".

os náufragos nossos de cada dia
se revezam no poder enquanto
o mar se torna a única saída
contra a fome e a guerra.
o mar é um refúgio,
chegar do outro lado é um milagre.


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