ora, aquilo era um labirinto!

o gramado era verdinho e o campo era profissional,
mas lá estávamos, amadores.
chutando a bola de qualquer jeito, rindo a toa
das nossas próprias caneladas.
chamei alguém da torcida para visitarmos o castelo que tinha ao lado.
uma construção linda com aquele ar medieval extremamente conservado.
__vamos!
estava muito ansioso e fui na frente.
__vamos!!
ficaram para trás.
mas não desisti do meu desejo e entrei naquela construção milenar.
interessante que do lado de fora, em todo aquele paredão de pedra,
havia apenas uma pequeníssima janela.
lá dentro vários cômodos, todos muito estreitos.
fui entrando em um por um e me perdi.
ora, aquilo era um labirinto!
sem saída, já exausto e com medo,
comecei a me perguntar:
__por que?
no fundo eu já sabia os motivos.
entrei em muitos cômodos, ia até o fim de cada um e saía.
nada de achar o caminho de volta.
esbaforido e muito suado,
me lembrei da janelinha.
ela era a referência.
busquei por algum feixe de luz,
olhava fixamente para o alto.
__finalmente! uma luz!
fui me aproximando da pequena luz
que poderia ser a da janelinha.
corri.
abri tantas portas que me pareciam repetição.
estava feito um fugitivo no deserto.
nada, absolutamente, nada dava certo.
acordei com aquela cara de quem estava num pesadelo.