domingo, 3 de abril de 2022

Pensei: tomar café nisso não vai prestar

Estava remexendo o lixo na porta de uma residência parisiense quando a dona da casa saiu ao portão. Vi que ela ficou me fitando, mas eu estava muito intertido com as coisas que estava achando. Encontrei alguns relógios, uma caixinha cheia de moedas francesas antigas (pirei!) e bugigangas que me afeiçoaram. Passou um ônibus lotado e os passageiros me olhavam de maneira condenativa, para não dizer preconceituosa. Não estava bagunçando o lixo, nada se espalhava. Tudo feito com muito cuidado, afinal, sei que as leis costumam ser aplicadas no primeiro mundo. A senhora não se segurou e veio ao meu encontro. Ela começou falando em francês mas depois modulou para o português (para minha sorte). ___Você está com fome? __Sim! Mas tá tudo bem... ___Vou te servir algo. ___Agradeço! Fazia um frio esquisito e logo imaginei um café bem quente. Ao longe avistei as luzes de uma possível viatura de polícia. Deu aquela gelada. E agora? Arrumei o lixo e agi de maneira natural. Menos mal! Chegou o lanche! A dona dos lixos me trouxe um pão francês de verdade e o que parecia um fundo de garrafa pet recortado para servir de copo com café. Pensei: tomar café nisso não vai prestar... Não sei o que se sucedeu depois pois acabou-se o momento onírico dessa noite! Bonjour!

Nenhum comentário: