segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

não vou à feira


feira passa fechando tudo,
gritaria e bananas,
verdes e amarelas,
suco de melancia com pastel.

a feira fecha as entradas e saídas
mas a feira é boa,
é humanizar-se,
é deixar as telas.

muitos mambembes feirantes
fedem cebola e cheiram maçãs,
e assim passam os anos da vida.

passei, por engano, na feira da mato-grosso:
grandes bancas, pencas deliciosas,
bugingangas fazem crianças espernearem!
tomates podres e laranjas também,
abandonadas à sorte que não tiveram.
gentes sujas e maltrapilhas fazem da podridão
banquetes!

o banheiro químico é muito solicitado,
não há mais água, infelizmente.
postes e potes servem bem.
pardais, como são arredios!
mas bicam papaia com a boca mais gostosa do mundo,
sempre dando aquela olhadinha em volta.
pombas: não tão nem aí!
e, vira e meche, alguém cai nas garras dos
chamados gatos de rua, habitantes dos becos e telhados.

vida intensa no meiozinho da semana!
comércio, dinheiro, cocada...
tudo vai ser nada.
pessimista?
não vou à feira de sexta-feira.

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