
com jeito estranho de olhar a vida
passando por sob o viaduto
dia a dia neste roteiro comum
rejeito de uma sociedade
sujeito de uma cidade.
feito animal passam-se então,
as horas, os dias, meses...
e o olhar continua o mesmo,
como que se pedisse-nos algo,
como se fóssemos melhores em algo,
como se pudéssemos ajudar.
indiferentes passam as gentes.
retos ou cortando volta,
o homem tem medo de si mesmo,
um medo de se comprometer,
de fazer parte deste outro lado do concreto.
direto e reto!
vai mais um olhar perdido,
mais um rejeito,
mais um que não acha jeito.
lagrimazinha seca desce junto com a garganta imberbe
em cachaça ( que parece a única graça)
e um tiau distante tece um primeiro laço de esperança.
até que alguém se canse.
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