quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

até que alguém se canse


com jeito estranho de olhar a vida
passando por sob o viaduto
dia a dia neste roteiro comum
rejeito de uma sociedade
sujeito de uma cidade.

feito animal passam-se então,
as horas, os dias, meses...
e o olhar continua o mesmo,
como que se pedisse-nos algo,
como se fóssemos melhores em algo,
como se pudéssemos ajudar.

indiferentes passam as gentes.

retos ou cortando volta,
o homem tem medo de si mesmo,

um medo de se comprometer,
de fazer parte deste outro lado do concreto.

direto e reto!

vai mais um olhar perdido,
mais um rejeito,
mais um que não acha jeito.
lagrimazinha seca desce junto com a garganta imberbe
em cachaça ( que parece a única graça)

e um tiau distante tece um primeiro laço de esperança.
até que alguém se canse.

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