terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI: descanse a alvura de seus cabelos

o peso do tempo caiu sobre o papa Bento XVI.
um tempo repleto de recordações e experiências
inesquecíveis.
tempos de paz e de guerra no velho continente.

ao receber a missão há oito anos
os passos já eram longos.
pensaram em uma transição.
um papa severo e firme,
responsável pela doutrina e fé.
substituir um santo era tarefa árdua...

um novo tempo se segue.
acusações,
perseguições,
humilhações,
humildade,
a necessidade de ser carismático
no fundo de seu coração germânico.

segue sendo papa.

e as viagens maiores,
e os problemas também.
sinais do tempo?
o papa está cansado,
quase tombado pelo tempo.
mas segue...

e não existem mais forças
que possam suportar os afazeres de um chefe de estado
e os anseios de uma multidão de fiéis espalhados mundo afora.

o papa cansa.

de seu intelecto maduro
vem a resposta fadigada,
mastigada,
digerida.
talvez, a decisão mais dura
de toda sua vida:
renunciar ao cargo máximo de sua igreja.

foi como o raio que caiu sobre a basílica.
assim chegou a notícia.
assombramento e dúvidas
invadem os corações.
apreensão,
medo,
coragem,
incredulidade.
__calma!
o homem está sóbrio!
é apenas a grande idade!

uma renúncia com data marcada:
28 de fevereiro.
poderia ser 29.

um novo conclave vem.
onde há fumaça há fogo.
e a esperança ressurge de cinzas brancas.
o povo quer felicidade.
mas ser cristão é um caminho
de cruzes, espinhos e pedras também.
Papa Bento XVI: descanse a alvura de seus cabelos,
encha-nos com suas memórias e conselhos.
obrigado pela constância
no amor e pela humildade
em defesa da fé desse povo.
amém,
amem-se,
amemos-nos uns aos outros.
confiemos na fidelidade divina
e na descendência petrina.


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