quinta-feira, 14 de agosto de 2014

aquele momento em que você não pode rir de jeito nenhum


fomos ao teatro!
no cardápio, ópera!
um tenor e um piano.
tudo à capela,
qualquer zunido
era vuvuzela.
na primeira música,
o tenor fez uma careta engraçada.
me contive,
mas ela?
que nada!
explodiu-se em risada!
o homem cantando,
algumas pessoas nas cadeiras de trás
estavam incomodadas.
até os três mosqueteiros estavam dando exemplo!
mas minha água?
desaguando lágrimas de tanto rir!
aquele momento em que você não pode rir de jeito nenhum,
momento que pede respeito e contrição,
mas nada mudava o rumo da apresentação.
caí no riso contido também,
e comecei a soluçar de tanto rir.
minha água já estava até escorada!
eu, tentava disfarçar com uma câmera na mão.
meu pai...que confusão!
os músicos deram um pequeníssimo intervalo,
mas minha amada julgou o show por terminado
e pediu para que os três mosqueteiros desmascarados saíssem.
__ah vai! vamos sair logo antes que eles voltem!
quando estava ela de pé com o trio,
o cantor volta!
pqp! alguém sussurrou.
o povo aplaudiu e eu,
sutilmente disse:
__senta aí! volta!!
não quis voltar.
era constrangedor.
o jeito foi eu sair também.
já estava me matando de rir deste novo episódio.
o repertório não foi lá essas coisas,
mas a tensão das risadas proibidas
pagou nossos convites!
ah! ainda bem que eram convites!

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