sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

é água e cadeado pra mais de metro.


chutei alguma coisa.
um cadeado.
para o meu desespero, aberto.
se estivesse fechado, tudo bem.
mas...estava aberto.
o que eu faço com um cadeado aberto?
olhei em volta,
alguns passos para trás,
outros para os lados
e mais alguns para frente.
nada de chave.
nem uma, nem duas, nem molho.
segurei firme o cadeado,
manuseando com muito cuidado
pois não queria vê-lo trancado.
gritei meio destoado da calmaria:
__alguém perdeu um cadeado?
olharam-me com desdém e reprovação.
__ele ta aberto...!
ninguém se manifestou.
acho que fiz a escolha errada.
um senhor passeava com seu cãozinho
e ao longe um casal de idosos tomava sol.
ah! o cachorro latiu.
levei o cadeado devidamente destrancado
e fui pensando numa ponte.
cheguei na ponte nova do uberabinha,
tranquei ali mesmo
sinalizando o meu amor como os franceses.
satisfeito,
fui embora pensando na minha amada.
é água e cadeado pra mais de metro.


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