segunda-feira, 21 de setembro de 2015

__champagne! e um buquê de rosas!


sem vaidade.
uma flor nasce
e tudo que sabemos dela
é verdade.
A flor, com toda pureza e beleza, não mente.
um gesto de amor,
o ar da graça,
a consciência deitada numa rede beirando o rio.
tudo leva à liberdade!
mesmo que toda massa
corra para o concreto,
que todas as ovelhas caiam num buraco,
a flor nos leva,
com leveza e sobriedade, inebriando-nos
com brisa suave nos olhos e narinas.

muitas flores juntas fazem festa!
primavera chegou!
flores, sementes e frutos!
toda unidade que transforma a vida!

semente que germina em terra boa,
calmamente nasce.
__olhem!! outra flor cresce árvore!

a tarde o sol queima feito brasa,
águas e ventos fortes não são desafetos.
mesmo assim, com força e sorte,
ela segue sendo sombra.
a sombra em nossos desertos,
a doce sombra que nos é asa.

a primavera árabe foi um grito de liberdade,
a vontade de florescer assim,
sem ninguém para podar,
retalhar, arrancar unhas ou corações.

a flor na boca do canhão,
a flor no chão:

pisada.

a flor nas mãos cruentas,
a flor sobre o caixão.
a flor queimada,
a flor de nossas mãos,
com violência,
arrancada.

a flor sobre a mesa,
a flor no jardim,
na tiara da menininha,
na grinalda da noiva,
no beijo da chegada,
na cama,
no banho,
numa casinha no campo. a flor para mãe,
a flor para amada,
a flor que insiste em perfumar-se
mesmo que em meio ao nada.

flor que morre e renova.
sim...
é preciso morrer para nascer de novo.
algumas flores resistem às guerras dos homens
e brotam em meio aos entulhos.
sem rancor, sem medo, sem barulho,
o verde faz a esperança brotar junto.

os olhos de um algoz, de cima,
nada vê.
não consegue curar sua cegueira.

os olhos de um defunto, de baixo,
alimentam o verde e o colorido lá em cima.
a vida se desdobra para continuar
e, de qualquer jeito, seguir sendo vida.

as flores alcançam o auge da beleza
e atraem abelhas e pássaros.
também encontram mãos para colhê-las.
depois de um ciclo,
as pétalas, pálidas,
se desprendem e com a terra,
se entendem.

__nasceu mais uma criança!
__champagne! e um buquê de rosas!

Ah...ser livre é uma dádiva!
coloco a flor na cabeça,
nos punhos,
na lapela.
encho de flores minha janela!
no altar acendo uma vela,
e ilumino de cores a capela!
deixo a primavera cumprir sua missão:
renovar a vida,
perfumar o céu,
inspirar a paz
e colorir o chão.

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