quinta-feira, 24 de setembro de 2015

eu comendo meu bolo e as mulheres gritando lá embaixo.


uma corrida no centro da cidade e um monte de carros passando perto.
isso é fitness? é saúde?
correr em meio a um trânsito caótico e poluído?
de muitos milhares de monóxido de carbono imbuído?
nada coerente e nem certo.

passa um ônibus e muitas crianças põe a cara pela janela.
oba! pensei.
entrei no ônibus em movimento e me estiquei no chão.
na verdade, não era um ônibus qualquer...
era uma sala de aula!
e a professora naquele momento,
por incrível que pareça,
era a esposa do meu cunhado.
pedi um copo d´agua para ela e nada.
reclamando, disse que eu estava incomodando.

continuei por alguns quarteirões quando vi lá fora
minha chefa e minha noiva.
as duas gritavam para que eu descesse
por que eu estava atrasado.
para o que estava atrasado eu não sei.

antes de descer, comi um pedaço de bolo oferecido por uma criança.
eu comendo meu bolo e as mulheres gritando lá embaixo.
desci limpando a boca.
ah! e o ônibus sala de aula continuava em movimento!

me encontrei com a chefa e a noiva
e as duas não paravam de reclamar na minha cabeça.

duas pessoas que seguiam logo a frente
e que acompanhavam as mulheres nervosas
aguardavam por nós na esquina,
momento em que...
um caminhão muito grande não conseguiu fazer uma curva
e começou a manobrar em marcha ré,
momento em que atropelou essas duas misteriosas pessoas
que até hoje não sei quem eram.
uma delas foi atingida na mão
e a outra na cabeça,
esta ficou caída e precisou de resgate.

a chefa e a noiva vieram me acusar de ser o culpado pelo acidente,
me diziam que, se não fosse a minha demora,
isso não teria acontecido.
que bobagem...
acidentes acontecem!
e os passarinhos começaram a cantar...
opa! hora de trabalhar!

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