quarta-feira, 7 de abril de 2010
Rio de novo se torna mar
mais uma vez.
Rio de novo se torna mar,
e lamas de cachoeiras feitas
descem as escadas descompassadas do tempo.
há muito tempo.
a maior desde 1966.
muito tempo tiveram para cuidar disso.
o leite já estava derramado
e o cadeado arrombado.
mas, os cofres públicos também...
e o povo das encostas?pobres coitados.
as águas pluviais são assim mesmo:
caem com intensidade sobre a cidade
e sobre os campos e florestas.
sobre as aves, sobre os peixes (os menos afetados)
e sobre os animais, domesticados ou não.
e o Rio continua lindo.
com seus projetos sociais,
com as pinturas feitas nos barrancos
e as pessoas das favelas, aos trancos,
vão vivendo.
e do alto dos edifícios,
outras gentes vão vendo.
no alto do morro vê-se:
"vende-se"
morros de medo.
e as água não podem fazer nada, senão descer.
e as estruturas da cidade maravilhosa
cada vez mais conivente com os sobreviventes.
os barrancos ocupados,
os gabinetes lotados
e as políticas públicas,
cada vez mais íntimas.
e assim seguem os rios com suas vítimas.
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