
à sombra de uma mangueira
passeamos pela educação libertadora,
à sombra de um poste
nos escondemos na cidade,
à sombra de uma varanda
dormimos a tarde inteira, de verdade.
sombras revelam coisas que ninguém vê.
tal como o fogo na caverna
e os passantes do lado de fora
vivemos de reflexos.
nem sempre vemos o real.
nem sempre a realidade é o que vemos.
escondo me em sua sombra
e parte de mim fica à deriva - na parede.
então, os vultos se misturam
enquanto, lá dentro, costuram
ou navegam por outros canais, ou, quem sabe, balançam na rede.
sombrinha minha
abra-te diante do sol!
sombrinha de marca boa,
e não daquelas que se abrem diante de qualquer vento mais cheio.
teatro de sombras feitas
onde a receita e o tempero
estão na qualidade da luz.
na luz da estrelinha incessante.
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